Violão e um lugar ao sol, sentados na grama e um quilo de histórias.
Não seriam esses os ingredientes no folk? Não se prenda a Bob Dylan, Johnny Cash e outros nomes a citados pela Mallu Magalhães. Mas o que não se pode negar é que a uma certa movimentação que está nos trazendo novamente esta mistura. De repente, o Brasil encontrou artistas que estavam fazendo música baseada em cordas acústicas.
Falando assim, é claro que vem à mente fenômenos como Vanguart, Mallu ou Teatro Mágico, que coincidamente fizeram sucesso sem a ajuda de gravadoras. Isso que estamos chamando de “movimentação” começou sem a pressão das gravadoras, que apenas se aproveitaram mais tarde (e ainda a tempo). E parece que o futuro da música nos deu dois caminhos, se por um lado o crescimento do eletrônico parece óbvio em quando o assunto é o futuro, por outro, há uma nova racionalização do acústico e a valorização de uma cultura mais antiga e folcórica sim.
O acústico, aqui no Brasil, começou a ser revitalizado no começo da década. Todos os artistas de todos os estilos resolveram lançar a suas músicas sem distorções eletrônicas. Mas vamos falar de folk. ok? Um amadurecimento deste sintomas trouxe de volta uma música carregada de elementos folclóricos de fácil reconhecimento ou assimilação, e não se resume ao Folk Rock e chega virar o New Folk.
É aquela música que pode entrar em qualquer conto de fadas ou história de fantasia, trazendo uma penumbra de magia. Uma aplicação, por exemplo, foi acrescentar a música “Elephant Gun”, do Beirut, na trilha da série Capitu, por um diretor que sempre buscou colocar essas camadas em suas obras e aí se vê, por exemplo e exacerbação talvez, um transporte do New Folk para a TV em elementos visuais com outras produções de como Hoje é Dia de Maria e A Pedra do Reino.
Esse novo Folk remonta a origens mais européias e “medievais” e nórdicas que ao Rock, relembrando, por exemplo, a Polca (música folclórica da Polônia) e (perdendo a régua) modernizando como um Ska ocidental postos na mesma panela. Num mundo mais globalizado, vê-se o crescimento da utilização de instrumentos de sopro de sax, das flautas às gaitas, do fole ao acordeon; nas cordas timbres da cítaras ao banjo e o sempre bem-vindo piano; às vezes os pratos, outras o pandeiro e até palmas.
O New Folk, numa categorização que é democrática e contestável, vai das experimentações de Devendra Banhart ao pop da Of Montreal, ao rock da Neutral Milk Hotel carregado de guitarra, e ao psicodelismo de Olívia Tremor Control – esses três últimos do selo Elephunt 6, que revitalizou esse novo folclore – que nos faz voltar a Devendra, sem esquecer de Sufjan stevens, Andrew Bird, Fleet Foxes e – quem sabe – Animal Collective. O termo carrega consigo canções sem deixar o experimentalismo e não tem limites totalmente definidos.
No Brasil,tentando encontrar algo parecido, talvez, encontremos esses elementos no Móveis Coloniais de Acaju, o Ska evidente com a outros ritmos dançantes, como a polca mais europeus, e as letras de canções para cantar e assobiar. No mesmo disco, a utilização de elementos eletrônicos, demostrando a tendência.
Tendência de mistura – acústico e eletrônico com cada vez novos sintetizadores. Que já foi muito bem experimentado por Peter, Bjorn and John e que hoje está mais próximo de semelhanças com Animal Collective, mas que inspirou essa série de posts marcando uma nova postura deste blog depois dos seis primeiros meses.
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